Câncer de pele
Você sabia que o câncer de pele é o câncer mais frequente no Brasil e no mundo?
_ Jura?!
Pois é! Você deve estar se perguntando, se ele é muito mais prevalente que câncer de mama ou de próstata, por que eu só ouço falar de outros tipos de câncer na mídia?
As pesquisas excluem os cânceres de pele não melanoma de sua estatística (pode ir atrás das fontes), mas sabe por que?!
Vou te explicar! Graças a Deus, se diagnosticado precocemente, o câncer de pele é curável exclusivamente com cirurgia de ressecção completa, e aí são infrequentes os casos de metástase e óbito por causa deles. Menos tragédia no mundo! 😉
Assim temos uma alta taxa de cura!
Mas isso não significa que você deve deixar de cuidar da sua pele viu!
Cá entre nós, a pele é o maior órgão do corpo humano (pois é!) e além de ser o maior órgão, ela enfrenta todas as agressões diretas contra o ambiente, calor, sol, frio, traumas, infecções, alergias, irritações. Ela é o escudo do corpo humano!
Isso não é lindo?! S2 – dá um like se você também achou isso bonito 😉
A nossa pele é feita para nos defender, proteger e nos abraçar. Dermatologia é só amor!
Mas voltando agora um pouco o assunto sério do momento: o Câncer de pele.
Existem vários tipos de câncer de pele, dentre os mais frequentes:
- Carcinoma Baso-Celular
- Carcinoma Espino-Celular
- Melanoma
- Linfoma cutaneo de células T
- Linfoma cutaneo de células B
- Histiocitoses (algumas)
Vamos falar deles?
Carcinoma BasoCelular (CBC)
O Carcinoma Basocelular é o câncer de pele mais frequente de todos.
Ele tem diversos aspectos, o mais comum é o CBC se iniciar com lesão perlácea (sim, um brilho perolado dependendo da incidência da luz), mas isso é difícil para quem não tem treinamento específico, pois ela pode ser, rósea-perolada, enegrecida-perolado, cicatriz-perolada, nódulo-perolado, ferida-perolada, dentre outros.
Tem um crescimento, em geral, lento e gradual.
Não costuma doer ou incomodar, e muitos casos chegam ao consultório quando começa a ter sangramento espontâneo ou a mínimos traumas, ou por lesões novas que não existiam antes, ou muito frequente também em descoberta por rotina de Check up sem queixa alguma.
Esse câncer de pele aumenta lentamente e gradativamente, aumentando a vascularização da pele para o seu próprio crescimento como podemos ver no vídeo abaixo.
Apesar de ser incomum metástase, ele deve ser tratado sempre o quanto antes pois ele tem uma evolução “corrosiva” no local onde se encontra. Se ignorado, vai evoluindo gradativamente e, dependendo da localização, futuramente ser necessário retirada de áreas nobres podendo causar deformidades em locais como nariz, orelha, olhos, dentre outras áreas.
Assim, a cirurgia com margens é curativa, e quanto antes remover, menor a cicatriz e maior a taxa de cura.
Em casos muito iniciais e superficiais (carcinoma basocelular superficial) pode ser tratado com imunoterapia local (cremes) sob supervisão médica e Check up constante.
Também é importante, mesmo que o paciente não possa operar por algum motivo, passar com dermatologista para avaliar formas de evitar a progressão da lesão através de tratamentos alternativos, até que o paciente esteja preparado e possa operar e curar por completo no momento oportuno.
Carcinoma EspinoCelular (CEC)
O Carcinoma Espino Celular é o segundo câncer de pele mais frequente na população, mas, nos pacientes transplantados ou em uso de imunossupressor, torna-se o câncer de pele mais frequente.
Antes de virar um câncer, o CEC tem um precursor e se inicia com uma lesão pré maligna, chamada Queratose Actínica . Após se transformar em câncer, ele pode se manifestar como lesão de pele áspera, queratósica, verrucosa, com escamas, crostas, e descamações. Muito comum tumorações com feridas centrais, úlceras e sangramentos por ser rico em vascularização.
Possui evolução mais agressiva que o CBC, mas também é altamente curável com cirurgia local.
Em alguns casos muito extensos pode ter acometimento de linfonodos regionais.
Como, as vezes, nos assustamos com as fotos, e ficamos angustiados sem saber o que aconteceu na sequência, segue a evolução real e maravilhosa de cura de câncer com preservação de todas as estruturas faciais do CEC ilustrado.
Melanoma (MM)
Melanoma! Esse sim é o rei dos disfarces!
De tanto que ele pode se apresentar de diferentes formas, temos algumas sub classificações para elucidar melhor de acordo com a sua apresentação e histologia.
- extensivo superficial (mais plano)
- nodular (mais bolinha)
- lentigo maligno (pode parecer muito com “manchas de sol/idade”)
- acral-lentiginoso (em áreas de palmas e plantas)
- ungueal (na unha, pois é, também podemos ter pinta na unha!)
- amelanótico ( sem cor! pois é, ele é tão danado que pode vir sem a “principal” característica de suas células, sem pigmento)
- mucoso (é bem raro, mas pode acometer conjuntiva, mucosa nasal, mucosa oral)
- desmoplásico ( muito danado! pode vir parecendo apenas uma bolinha cor da pele, durinha, ou como uma placa endurecida. A impressão clínica inicial é a de um carcinoma basocelular, dermatofribroma, sarcoma, cisto ou cicatriz hipertrófica. )
E assim vai…
O melanoma é o pior câncer de pele por si só falando, pois ele é mais agressivo e safado, ou seja, mesmo que a lesão não seja tão grande, ele gosta de dar metástase rapidamente para cérebro e pulmões principalmente.
A chance de metástase varia com o índice de espessura vertical do mesmo, o Breslow.
O Breslow é medido em milímetros pelo microscópio através do resultado anatomo patológico de biopsia, e de acordo com ele, sabemos avaliar a extensão de margens a ser ampliada, a necessidade ou não de exames complementares como linfonodos sentinelas ou de imagem.
Mas calma, não se desanimem, o melanoma em fases iniciais é totalmente curável com cirurgia específica respeitando as margens em todos os níveis 3D.
Em fases mais avançadas, é necessário exames complementares para diagnosticar presença ou ausência de metástase, e nesses casos, tem surgido cada vez mais imunoterapia especifica do melanoma e a medicina tem evoluído gradativamente, o que já é uma vitória, pois no passado não se tinha muitas outras opções oncológicas para o melanoma metastático.
E por onde ele surge? Como ele surge?
_O que se sabe hoje é que em torno de 1/3 dos melanomas são nevos (pintas/sinais) anteriores que se transformam em novos atípicos e viram melanoma. E os outros 2/3 dos melanomas, ou seja surgem de lesões totalmente novas. Assim, pintas novas é sempre bom ficar de olho e fazer uma avaliação dermatoscopica assim que notar para garantir que a estrutura do sinal em si esteja homogêneo e equilibrado e, caso não seja, seja retirada em fase bem inicial, permitindo a cura completa apenas com a cirurgia.
E porque o melanoma é tão importante?
Ele é um câncer de pele muito agressivo, as vezes mesmo pequeno, já possui metástase e ele gosta de espalhar para locais nobres como cérebro por exemplo.
Ele possui resposta pobre com quimioterapia nos casos de metástase, mas como tudo na vida evolui, a medicina também não pára. Nos casos avançados, a medicina está evoluindo cada vez mais, com novos tratamentos de micrometástases e metástases através de imunoterapia – um tipo específico de medicação que é mais seletivo que a quimioterapia tradicional antiga, e assim, mais efetivo.